Nossa pessoal que viagem! Acabei de acordar e tive um sonho muito louco. Não lembro direito, mas eu tava falando de umas teorias de clones, de todos os Eagans ainda estarem vivos, umas coisas bem nada a ver assim. Aiai, loucura né, esses sonhos? Mas vamos lá, onde nós estávamos mesmo? Nossa episódio cinco já? Faltam só mais outros cinco, que pena.
Deixa eu começar dizendo que estou escrevendo isso na terça-feira de noite, e nesse ponto eu já vi muita repercussão do episódio na internet. Mas, ao mesmo tempo, nada tão crítico, já que esse episódio não teve tantas revelações ou ideias mirabolantes para serem extraídas dele. Vou começar então falando de alguns meta detalhes da série em si. Se você não tem saco pra chiado de internet pule os três próximos parágrafos.
Tinha reclamado semana passada no Bluskas que a recepção pelos espectadores estava decaindo depois dos últimos dois episódios. Talvez seja reflexo do hype, mas tem bastante gente reclamando, tanto no Reddit quanto nos mini-reviews (IMDB e Rotten), que a atual temporada está enfiando apenas mais perguntas, e está com uma velocidade de andamento muito menor que a primeira temporada. Eu discordo (sem clubismo) de ambas afirmações: acredito que ainda estão desenhando e detalhando as ideias principais, e paralelamente criando algumas peças mais abstratas. Mas algumas explicações principais virão ainda nessa temporada. Quanto ao andamento, tenho uma percepção completamente oposta dessas críticas. Tendo recentemente reassistido a primeira temporada, achei ela muito mais desacelerada e sem pressa, mas era algo que fazia sentido apenas para o estado atual daqueles personagens, e do mundo sendo apresentado.
Bom, foda-se as reclamações. Só estou trazendo esses pontos, pois acredito que o ritmo desses dois capítulos anteriores vai seguir em queda. O próximo capítulo e o sétimo ainda estarão quase no mesmo clima descendente que esse quinto, dando uma leve acalmada e focando em desenvolvimentos pessoais ou resoluções. Com provavelmente algum impacto no final do sétimo episódio, para pisar no acelerador nos últimos três. Penso assim não apenas com base na fórmula dessas séries e da maneira como funcionou a primeira temporada, mas olhando os escritores / diretores desses episódios. O episódio seis não é escrito nem dirigido pelo diretor ou escritores principais. Já o sétimo é talvez o mais curioso, pois tem nos créditos de escrita tanto o Dan Erickson quanto o Mark Friedman, as principais mentes criativas da primeira temporada, e que tiveram diversos atritos fortes durante esse período. Aparentemente eles deram o dedinho, e fizeram as pazes apenas para escrever esse episódio em especial. O oitavo é dirigido pelo Ben Stiller, e os dois últimos escritos pelo Dan Erickson, como normalmente é de praxe nas séries (que o escritor principal comece e termine a temporada).
Para encerrar o papo externo, é importante notar também que o episódio seguinte é o último que foi mostrado para os críticos, me levando a crer ainda mais que as partes mais destruidoras da temporada estão depois disso. Enfim: tudo muito planejado para deixar a série mais impactante, já que uma curva crescente constante não causa tanto impacto quanto uma decidinha antes da bomba. Esses parágrafos foram puro fanboyismo, mesmo eu tendo dito ao contrário em outro parênteses acima. Haters, por favor não falem comigo ou com meu anjo, Britt Lower, nunca mais.
Vamos falar do episódio finalmente. Começamos aprendendo que o processo de Reintegração não é imediato e requer diversas sessões. Mesmo o Mark Interno tendo visto o rosto da Srta. Casey aparentemente o Externo não viu mais nada. Também vemos que o tratamento realmente envolve tomar alguns remédios de origem duvidosa (que antes mencionaram que o Petey não tomava direito). Mas esses remédios não parecem estar fazendo muito efeito positivo na deteriorante saúde do Mark no geral. Digo “no geral” pois cheguei a pensar que a tosse poderia ser algo mental com o Mark Externo, mas também vemos o Interno tossindo, mesmo sem saber que está passando por um procedimento. A Dra. Reghabi morando na casa dele talvez seja outro prenúncio de que vai dar merda.
De qualquer modo, a maior jornada do Mark nesse episódio ainda é no andar de Ruptura. Ele se sente sobrecarregado por todas as revelações, por ter perdido sua virgindade com uma pessoa falsa (quem nunca?), e externaliza isso sendo o mais cuzão possível. Achei meio fora de padrão, pra ser sincero. Não sei se isso pode ser considerado um efeito da Reintegração já ter começado, mas diversas coisas que ele faz nesse episódio não casam muito bem com o personagem. Mesmo essas ações sendo fruto do seu ódio (injusto) pela Helly, que ele vê como sendo culpada pela perda do Irving, ainda acho fora do personagem.
Falando nela (ou quase nela), a Helena se mostra bem contra a decisão voltar com sua Interna ao andar de Ruptura, e bem contra todos os Internos na conversa que ela tem com Drummond e Natalie. Porém, enquanto ela não estiver longe deles, não consigo compreender seus motivos nem acreditar no que ela diz. Durante o episódio vemos ela observando o Mark Externo indo embora, talvez indicando uma aproximação dos dois no mundo externo. Saudade daquela bundinha seca e daquela boquinha de chupa ovo, né Helena? Quando presenciamos uma conversa aberta entre os dois, sem nada a perder, talvez eu consiga compreender e acreditar mais.
Quanto a Helly, estou até com dó. Totalmente esfarelada pelo Mark, que não planejava nem contar sobre todo o drama da Gemma. E completamente sem razão, pois pensou com o pinto demais. Tanto por mérito da atriz quanto da escrita, nesse episódio relembramos o quão as duas personagens são extremamente diferentes, nos fazendo questionar, assim como Helly, como o Mark Interno não percebeu nada. Ela, acima de tudo, é verdadeira, e não tenta impor nenhum valor ou visão acima dos outros personagens. Se antigamente ela estava obstinada a fazer mal para a sua externa mesmo através da sua própria destruição, agora a Helly só quer poder existir, e ser vista pelos outros como uma pessoa de verdade e não como uma extensão de quem ela é do lado de fora. É triste perceber que esse episódio mostra um fim na relação entre o “casal” já que Mark Interno, mesmo sem saber, está em um caminho completamente oposto ao dela. Enquanto ele está fadado a ser um só com o seu Externo, Helly sonha em poder ter mais um dia vivendo o que ela é; e nenhum dos dois tem controle algum sobre essas decisões.
Passando para o Dylan, acho que é a primeira vez que vemos ele genuinamente triste, o que justifica totalmente o pedido dele de um velório para o Irving. Seu luto é real. Suas experiências de sofrer pela partida do amigo casam muito bem com as da Helly. Se alguém não existe mais, pelo menos naquele nível de existência ou consciência, então esse ser morreu. Tanto ele quanto Helly estão sentindo o peso do que significa vida e mortalidade para eles dentro dos seus níveis de consciência e existência. Mark Interno se distancia, portanto, não apenas de Helly nesse contraste, mas do Dylan também. Novamente, mesmo desconectado das ações do mundo exterior, Mark Interno já está aceitando uma extensão para outra existência, se desapegando cada vez mais do que ele é e vive ali dentro.
Dylan, em meio a tristeza da perda do amigo, também compreende a última mensagem recebida, onde Irving dizia “Aguente Firme”, achando o desenho do amigo com as instruções para chegar até o Salão das Exportações no verso. Embora tenha gostado da revelação e da forma que apresentaram a epifania dele, não gostei muito da coincidência desse quadro estar justamente numa sala que nunca usam, e que decidiram usar exatamente um dia depois da mensagem passada pelo Irving como local do velório dele. Digo, muito bacana e bonitinho o Irvinglancia olhando para o quadro, mas só esses adjetivos.
Na verdade vou usar esse parágrafo para reclamar de algum jeito como algumas resoluções são tratadas, como foi também o caso do Mark Externo dizer que simplesmente aceitou ir numa excursão de fim de semana planejada pela Lumon. Sei que eles Externos podem não ter muitas escolhas além de aceitar o que a Lumon pede, mas me parece raso a empresa fazer um evento apenas por fazer e os funcionários terem aceito apenas por aceitar. Espero que a série revise alguns desses pontos maiores, como esse da excursão. Porém só vou aceitar e torcer o nariz para outros menores, como o caso da coincidência do quadro.
Mas, o que podemos extrair de concreto de Irving ter escondido o papel em um quadro específico, e ter passado essa localização de maneira oculta para alguém que ele confia, é o que suspeitávamos: que ele já vinha planejando desmascarar Helena há algum tempo. Também vemos no episódio que o nosso senhorzinho bigodera favorito também parece ter planos do lado de fora da empresa, agora que está desempregado. Esses planos se dividem em dois focos:
Descobrir algum jeito de entrar na empresa novamente. Pelas brevíssimas conversas que observamos ele ter no orelhão, vemos que ele já havia entrado inicialmente na empresa com algum propósito ou plano do lado de fora. Será que aquelas visões que ele tinha eram de uma tentativa frustrada de Reintegração, e quem está no telefone é a Dra. Reghabi? E que tudo que ele conseguiu lembrar de dentro pra fora foi a imagem do Salão de Exportações, por isso sua fixação em pintá-lo? Eu acredito que a verdade seja algo nessa vertente.
Fazer o Maior Yaoi Poliamoroso de Velho já visto pela humanidade. Química bruta entre esses dois velhos, dificílima de reproduzir. Tudo indica que esse ramo da série será o com a maior fanbase e com maior repercussão não canônica. Torço demais para o trisal. Se não der certo, que pelo menos o Burt termine com o marido. Que se foda o marido, quem liga pra marido? Vocês assistiram “Vidas Passadas”? Marido é chato demais.
Para encerrar, vamos entrar naqueles bullet points de fim de texto, desconexos do fluxo normal da estrutura, que já é de praxe nesse periódico:
Pela primeira vez vemos a Srta. Huang separada dos Rupturados, e agora estou 100% com eles na pergunta: QUEM É ESSA MENINA? Agora está comprovado que ela é não Rupturada, e ela tem uns valores morais muito… “diferenciados”. Ela parece se sentir superior até ao Seth (que teoricamente é seu chefe), e não vê Rupturados como “pessoas de verdade”. Seria ela filha de alguém importante dentro da empresa ou no cenário político (como as pessoas que apoiam e promovem a Rupturação na sociedade)? Menina estranha do caralho. Mas muito fofinha. Excelente casting.
O Seth está mais perdido que disléxico em dungeon crawler. Sua conversa com a Natalie mostra que ele realmente questiona os caminhos pelos quais a Lumon tratou a questão racial deles. Porém bastou uns tapinhas na bunda do Drummond para ele repensar as ações com os funcionários do andar de Ruptura.
Acredito que ele esteja dividido entre seus valores pessoais, já que gostaria de ser mais generoso e leniente com os Rupturados (que ele vê como sendo pessoas reais, ao que dá a entender pela conversa com a Srta. Huang); e seu desejo por poder e crescer na empresa e na sociedade.
Com tudo isso imagino que o ponto de ebulição vai ser quando ele perceber que a forma que a Lumon enxerga os Rupturados não é muito diferente de como a sociedade via sua raça. Ou de como a Lumon ainda vê, baseado no presentinho que ele recebeu.
O nome desse episódio é “Cavalo de Tróia” por uma menção que o Ricken faz sobre o seu livro, que ele está reescrevendo completamente segundo as especificações da Natalie. Atualmente a Devon está tentando dissuadi-lo da ideia, mas acho que tem mais nesse nome do que apenas isso. Afinal o Cavalo de Tróia foi para fuder Tróia, e o que ele está fazendo é quase o oposto disso. Talvez Devon veja no erro do marido uma brecha para mandar uma mensagem para dentro da empresa de maneira “legalizada” criando uma verdadeira alusão à história mitológica?
Coisa menor, mas não menos importante, aprendemos que dentre todos os cacarecos e bostas que o Departamento de Óptica e Design imprime, o que eles mandam pro Salão de Exportações é justamente um monte de bisturis e equipamentos que parecem cirúrgicos. Isso aumenta a teoria que lá é um local de experimentação humana (ou clones, diria o Hyncão do mundo dos sonhos).
No fim do episódio o Mark Externo tem uma visão do andar de Ruptura, e lembra de uma sessão de terapia com a Srta. Casey, em uma cena que é mais dramática e menos reveladora. Quase tudo ali é totalmente passível de ser uma memória real, mas ela ia falar “Your Outie is going to kill (...)” no final, ou estou viajando?
Longe de mim criticar hype de Ruptura, até por que estou eu aqui semanalmente falando os maiores absurdos e mentiras sobre a série. Mas o Drummond foi longe demais nesse episódio, jogou um hypão monstro demais. Ele disse que o Cold Harbor ser terminado vai ser lembrado como “um dos maiores momentos na história do planeta”. Forte né? Dá uma olhada no nome do último episódio da temporada agora. Tremeu?
É isso, meus amigos. Estou indo embora mais cedo. Muito ocupado e esmigalhado pela sociedade nessa semana.
Voltarei na próxima, com o rabinho entre as pernas, e ainda com essa qualidade diminuta devido ao meu atual estado mental, e ao fato que ninguém respeitou minha regra de summon da semana passada. Mandem suas teorias, mensagens e coisas que eu esqueci. E respondam: qual a posição favorita que vocês imaginam o Burt x Irving x Marido transando? Aquele abraço!
EDIT: O Summon funciona, mesmo que reversamente. Horas depois de eu agendar o post a Ambra mandou essa imagem maravilhosa abaixo. Então, para semana que vem, eu quero um Fanfic de pelo menos quatro parágrafos do Burt x Irving.